sexta-feira, 10 de outubro de 2008

"Pare de procurar eternamente; a felicidade está bem ao seu lado"

Olho para o lado - não há nada.

domingo, 5 de outubro de 2008

eu estou apaixonada.
extremamente apaixonada pelo ato de apaixonar-se.
eu me apaixono e sofro por tudo:
por acordar, por atravessar a rua, por pensamento...
e
no final de tudo isso me dá uma imensa vontade de não fazer história nenhuma;
não fazer parte da história de ninguém
e
que ninguém mais faça parte da minha.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Seu Chico Buarque, licença...

Carolina, nos seus olhos fundos guarda tanta dor,
a dor de todo esse mundo
Eu já lhe expliquei,
que não vai dar,

seu pranto não vai nada ajudar
Eu já convidei para dançar, é hora, já sei,
de aproveitar

Lá fora, amor, uma rosa nasceu,
todo mundo sambou,
uma estrela caiu

Eu bem que mostrei sorrindo,
pela janela,
ah que lindo

Mas Carolina não viu...

Carolina, nos seus olhos tristes,
guarda tanto amor,
o amor que já não existe,

Eu bem que avisei, vai acabar,
de tudo lhe dei para aceitar
Mil versos cantei pra lhe agradar,
agora não sei como explicar

Lá fora, amor, uma rosa morreu,
uma festa acabou,
nosso barco partiu
Eu bem que mostrei a ela, o tempo passou na janela e só Carolina não viu.

domingo, 21 de setembro de 2008

Apaguei.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Pergunta da semana:

- E agora? O que eu devo fazer?

Preciso comprar um guarda-chuva amarelo. Não é nem o dia, nem a semana que ficaram cinzas, mas de repente a vida ficou cinza.


Sem brilho.


Metálica.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Apaguei.

[confissão-DE-DOMINGO-entre-linhas]

Domingo-estação-Metrô-Jabaquara-atraso-de-uma-hora-aproximadamente-com-direito-à-estudos-sobre-técnicas-de-desenho-do-corpo-humano-parte-selecionada:-rosto-.-Observa-se-pessoas-e-gestos-saudades-esperas-beijos:-na-testa-no-nariz-nas-bocas-de-quem-tanto-pronunciavam-a-palavra-saudade-e-finalemente-conseguiram-matá-la-Caminhadas-num-lugar-que-não-parece-o-esperado-lindo-seu-jardim-vontade-incontrolável-de-perder-se-naquele-lugar-Conversa-francesa-no-elevador-com-sorriso-solto-ao-ver-a-foto-do-senhor-Hermeto-Pascoal-nas-paredes-roxas-aspirando-a-singela-simpatia-de-seus-olhos-armações-de-óculos-pesadas-e-pura-música-Sonhando-de-olhos-abertos-concluí-o-quanto-gosto-de-fotografia-o-que-estou-fazendo-da-vida-não-parece-definido-por-hora-e-tudo-me-fascina-desde-pessoas-cheiros-gostos-e-sons-Fui-arrastada-de-um-canto-para-outro-Não-adianta-arte-contemporânea-acaba-comigo-naquele-sentido-de-realmente-me-perder-não-pensar-em-mais-nada-Me-perder-das-pessoas-Foi-mútua-a-conclusão-de-que-sempre-complicamos-as-coisas-simples-e-gostosas-da-vida-assim-como-foi-esquisito-ver-no-reflexo-do-vidro-uma-santa:-eu.

sábado, 13 de setembro de 2008

"O amor existe acima da cintura, o desejo, abaixo. O amor é lírico. O desejo é obsceno."

Esqueci de onde veio. Mas faz um sentido prático.

Porém nem todo lírico satisfaz e nem toda obscenidade é ruim.

"O amor é uma flor roxa que nasce no coração do trouxa".

Certamente que sim.

Se a obscenidade faz bem, não dá problemas recorrentes, não causa mágoas e dá sorrisos instantâneos, porque não ser adepto dela?

Obrigada ao Sr. Nelson Rodrigues.

Ainda quero um vestido de noiva. Mas sem noivos...

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Aniversei


Parabéns para mim. Muitos anos de vida. Que a sua/minha vida seja repleta de momentos felizes, de pessoas que não sejam imbecis, de caminhadas "bossanova" na praia, sessões de cinema, aulas de filosofia, estantes abarrotadas de partituras, cordas novas, viagens e amigos na europa, muitos cafés com bolo de laranja, amigos por perto, casa com plantas, paredes vermelhas, perfumes, tintas, sapatos coloridos, Fredericos-Julies-Lucys-Roxies, músicas antigas-novas, discos de vinil, estantes com livros não lidos, alguns sabores de chá, abraços, silêncios e olhares de cumplicidade.

[e com mais festas de bicão, mas o bolo realmente estava bem doce]

Desejo tudo isso à você, queridinha. Obrigada por ter me acompanhado esse tempo todo.

Que doce.

sábado, 30 de agosto de 2008

Menos, menos - Histórias da Drieli - Parte I

Depois da minha aparição pela primeira vez, aqui, na Terra, do meu trauma pós-parto, eu fico tentando entender que tipo de criança eu fui.
Na realidade, até uns 9/10 anos de idade eu fui uma criança bem sozinha. A minha vida se resumia a criar roupas, móveis, disposições, cortes (para bonecas), colocar minha cachorrinha dentro da minha casa de bonecas, na cama da boneca e dizer "olha, ela cabe!".
Brincar de cozinheira na cozinha e destruir grãos de arroz, feijão e ervilha seca.
Brincar de médica e deixar a minha boneca com o corpo verde de tantas aplicações diárias de injeções.
Vestir as roupas e sapatos da minha bizavó.
Jogar os perfumes do meu pai e da minha mãe na privada e substituir por água com detergente.
Fazer uma pequena "arte" no azulejo com Merthiolate.
Brincar com as louças de trocentos anos da minha biza e fazer com que ela participasse do "chá".
Correr da minha mãe quando ela começava a cantar "Doce Vampiro" da Rita Lee.
Brigar com a biza para assistir Jaspion.
Fazer minha avó ficar até de madrugada comigo assistindo filmes de terror.
Dormir com uma ursa centenária no pescoço com medo do Drácula vir me pegar a noite (a estratégia era: eu colocava o urso no cangote, quando ele viesse me morder, eu ia sentir o urso saindo, aí ia gritar e acordar minha avó e ela iria bater nele).
Ficar olhando para a porta do quarto imaginando que qualquer hora ia sair um monstro feio de lá só para me assustar.
Escorregar nos cuspes da minha biza que ela achava que ninguém via.
Fingir na escola que estava passando mal só para voltar para casa e brincar.
Aprender a cantar as músicas do Queen.
Ser sempre a bruxa da brincadeira.
Chorar por ter que sair do Ballet.
Fazer minha própria maquiagem nas festas de Halloween do inglês - algumas delas consistiam em farinha e creme.
Colocar fogo na sala por achar que a lareira da Barbie tinha que ser de verdade.
Sempre acompanhar a Avó.
Esperar a mãe chegar do trabalho.
Assistir TV Cultura.
Achar que ia ser alguma coisa quando crescesse.
Brincar de cantar bem - mas, acho que no final das contas meu forte era mesmo ser "Atora".
Claro, neste meio tempo, quando arrumei meus amigos de rua, promovia exposições de desenhos colados no barbante, festas temáticas, peças de teatro que eu dirigia/atuava, danças e puladas de elástico.
E foi assim...

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

EXTRA!

Extra! Extra!

Notícias do dia:

Não tem mais quarteto/quinteto/sexteto de cordas;
Não tem mais aulas teóricas nem de instrumento;
Cubatão se foi.

A sensação, aliás, a leve sensação de atravessar o mar e morrer na praia. (peixinho-peixinho)
O meu desanimo estampado na cara, recheado de todas as palavras que eu não disse, de todas as risadas que eu não dei, de toda a ausência em plena sala de aula.

- Hoje eu não vivi, apenas coloquei uma perna na frente da outra.

Pequeno ou não, a sensação atual é de perder um membro: uma mão... um braço...
Dá para viver sem, mas você não poderá mais se sentir completo.

Mais uma vez só para constar que TODA decisão que tomamos na vida nos dá também conseqüências. Infelizmente eu não percebi as minhas durante um mês. Ou felizmente... Quem sabe? Essas coisas acontecem rápido comigo... Rápido demais. É mais que comprovação de que felicidade não é um estado - é só um momento.

Morri.

domingo, 24 de agosto de 2008

Dona Baratinha

Dona Baratinha foi varrer a casa e achou um tostão.
Na mesma hora, desatou o avental, lavou o rosto, passou pó-de-arroz nas faces, e foi fazer compras. Com o tostão achado comprou móveis, para mobiliar a casa inteira, uma geladeira, um aparelho de televisão, tapetes e cortinas, vestidos e mais vestidos, sapatos caros e enfeites. Comprou jóias e espelhos de cristal. Comprou petiscos muito gostosos e fez um sortimento de doces que é coisa de que barata gosta muito.
O troco pôs numa caixinha forrada de cetim vermelho, chaveou-a, amarrou um laço de fita nos cabelos e foi muito lampeira para a janela apreciar o movimento e arranjar um casório, uma vez que tinha dote.
"Quem quer casar com dona Baratinha,
Tão bonitinha
Que tem dinheiro na caixinha?"perguntou ela com a voz mais docinha do mundo.
Passou o boi.
- Eu quero – mugiu.
E ela:
- E como é que você muge de noite?
E o boi:
- Assim: béééééééé! – abriu o focinho num berro de doer os ouvidos.
Dona Baratinha correu assustada para dentro. Lá cheirou o frasquinho de sais, e depois bem calma, voltou para a janela. O boi estava esperando a resposta.
- Ah! – Dona Baratinha se abanava toda afobadinha. – Não quero me casar com você, não. Você me assusta.
O boi foi embora, e ela fincou os cotovelos na janela outra vez, esperando que passasse outro moço bonito.
Passou o burro.
"Quem quer casar com dona Baratinha,
Tão bonitinha
Que tem dinheiro na caixinha?"
Ciciou a mocinha casadoira, esfregando de leve uma asa na outra.
O burro deu um zurro de abalar a casa:
- Eu quero.
- Mas é assim que você zurra de noite? – perguntou a dona Baratinha, ainda toda trêmula do susto.
- Ah! – o burro deu um risadão. – De noite eu canto com voz muito mais forte. – E deu outro zurro, de arrebentar os tímpanos.
- Deus me livre de casar com você, burro. Você não me deixaria dormir.
O burro foi embora e a dona Baratinha se encostou outra vez romanticamente no peitoril da janela. Ora ajeitava a fita no cabelo, ora suspirava.
Passou o cavalo.
"Quem quer casar com dona Baratinha,
Tão bonitinha
Que tem dinheiro na caixinha?"
- Eu quero – relinchou o cavalo, mostrando todos os dentes, de satisfação.
- Como é que você faz, de noite?
- Eu, minha flor, cantarei de amor tão fortemente...
- Mas como?
- Assim: inoch! inoch! inoch! inoch! inoch!
- Ai! Chega! – gritou dona Baratinha tampando as mimosas orelhinhas. – Chega! Eu não me caso com cavalo de jeito nenhum. Você não me deixaria dormir direito.
O cavalo foi embora, dona Baratinha ajeitou os cotovelos em cima de uma almofada, prevendo que a espera seria longa.
Passou o cachorro.
"Quem quer casar com dona Baratinha,
Tão bonitinha
Que tem dinheiro na caixinha?"Falou a moça, muito assanhadinha, vendo-o bonitão, de pêlo lustroso, orelhas em pé, passo ligeiro.
- Eu quero. – O cachorro latiu um consentimento rápido.
- Como é que você faz de noite, cachorrinho?
- Depende.- De quê?- Se estou alegre é assim: au! au! au!. Se estou triste ou doente, é assim: Uaaaauauuuu! – E o cachorro uivou, de focinho para cima, caprichando nos bemóis.
- Ui! Ai! Aiaiaiai! Não me faça chorar! Você não me serve. Tanto a sua alegria como a sua tristeza me incomodam.
Dona Baratinha suspirou um pouco, pois fazia tanto tempo que estava na janela e ainda não tinha encontrado noivo que servisse.
Passou o gato.
Que belo bichano, de pelagem de seda, cinzento, macio, cara redonda, boquinha cor-de-rosa, bigodes eriçados, orelhas recortadas em triângulo isósceles.
O coração de dona Baratinha palpitava mais apressado quando ela cantou em voz emocionada, desta vez:
"Quem quer casar com dona Baratinha,
Tão bonitinha
Que tem dinheiro na caixinha?"
- Eu quero – ronronou o gato, no fundo da garganta, numa doçura de voz.
- Você ronrona assim, de noite, gatinho?
- De noite? – O gato fez um floreio com a cauda.
– Não. De noite, subo ao telhado. Sou namorado da lua. E deliro miando assim: miaaau! miau! miiiiaaaau!
Dona Baratinha suspirou.
- Que pena! Você não me serve não. Não me deixaria dormir. Que pena!
Passou o bode.
"Quem quer casar com dona Baratinha,
Tão bonitinha
Que tem dinheiro na caixinha?"
O bode berrou, muito azoretado:
- Eu quero.
- Quer, coisa nenhuma! – respondeu logo dona Baratinha.
– Você é muito sem modos, malcheiroso, barulhento. Com esse berro tremido vai me incomodar de noite.
Passou o galo.
De crista e esporão. De barbela vermelha. Asas douradas, rabo empenachado.
Bonito de se ver como um mosqueteiro do rei da França.
- Como eu gostaria que esse fosse o meu noivo – pensou dona Baratinha.
E com voz muito esperançada:
"Quem quer casar com dona Baratinha,
Tão bonitinha
Que tem dinheiro na caixinha?"
- Eu quero – cocoricou o galo, riscando o chão com a aguda espora.
- Você canta de noite?
- Se canto! – blasonou ele, e a barbela ficou mais vermelha de orgulho.
– Se canto! Começo à meia-noite e vou madrugada afora, cocoricóóóóóóó’!
Dona Baratinha virou a carinha bonita para o outro lado.
- Não serve! Vá andando!E assim passaram o carneiro, o macaco, a onça, a anta, a capivara, o gambá, muitos e muitos bichos, de casa e do mato, nenhum servia, porque iria incomodar o soninho leve de dona Baratinha.
Já bem tarde, quando as luzes da cidade se acenderam, passou um camundongo, quietinho, sorrateiro, dando corridinhas e paradinhas. Espiando matreiro para todos os lados. Correndo outra vez, os olhinhos espertos saltando daqui para ali.
Dona Baratinha parou a espiar os seus inquietos manejos, divertida com o bichinho, e quase se esquecia de perguntar. Lembrou-se em tempo, quando o camundongo já ia longe:
"Quem quer casar com dona Baratinha,
Tão bonitinha
Que tem dinheiro na caixinha?"
- Eu quero – guinchou o ratinho, tão baixo que quase não se ouvia.
- O que é, ratinho? Você quer?
- Quero.
- Como é que você faz de noite?
O ratinho guinchou:- Coin, coin, coin.
- Assim baixinho? – perguntou dona Baratinha, encantada.
– Então serve. Você não me acorda com esse barulhinho. Como é o seu nome?
O ratinho empolou bem o peito e falou:- Dom Ratão.
Deu outra corridinha, para longe, para perto.
Ficaram noivos.
No dia do casamento preparava-se uma festa de arromba. O troco do tostão dava para tudo. Mataram frangos, não sei quantos, leitões, bois, e fizeram doces e mais doces.
- Sabe do que eu mais gosto, Baratinha? – perguntou o noivo, no seu guincho macio.
- Do quê?- De toicinho cozido no feijão.
E então dona Baratinha deu ordem para que se fizesse uma caldeirada de feijão com torresmo, bem temperado.
O perfume da panela, logo pela manhã, recendia pela casa toda. Dom Ratão chegou, eram umas dez horas, muito chibante, de casaca e cartola, luvas brancas, bengala de castão dourado, calças listradas. Parecia o presidente da República em dia de recepção no palácio. Mas qualquer coisa o inquietava. Farejava, erguendo o focinho fino, dava corridinhas mais do que de costume.
- Está nervoso, querido?
- Estou.
Na hora da saída, desceu na frente dona Baratinha, arrastando a cauda do vestido de cetim, e o comprido véu de tule pela escadaria.
O noivo veio a passo, atrás.
A noiva já tinha entrado no automóvel, quando dom Ratão fez cara de contrariedade:
- Que maçada!
- Que foi?
- Esqueci o relógio lá em cima.
- Vou mandar alguém buscar.
- Não. Só eu sei onde o deixei. Espere um minuto.
Deu uma corridinha até o meio da escada, voltou, avisou:
- Um minutinho. Eu já venho.
Outra corridinha para cima. E a noiva ficou esperando.Passou meia hora, dom Ratão não voltou. No relógio da sala soaram as onze. Dom Ratão não voltava. Chegou o meio-dia. Não voltara dom Ratão.
- Fugiu – gemia dona Baratinha inconsolável. – Não gosta mais de mim. Fingiu que ia buscar o relógio e fugiu para não casar. – Subiu novamente a escadaria arrastando o vestido de cauda e o véu.
Por muito que fosse o desconsolo, não era caso para se fazer jejum por isso.
- Afinal, não se perdeu grande coisa – comentou uma empregada.
É melhor pôr o almoço.
E lá se foram todos para a mesa.
Mas então é que foi uma dor.
Ao mexerem o caldeirão de feijão encontraram o coitado do noivo, morto, cozido, misturado com os torresmos.
Que horror!
Dona Baratinha, depois de clamar que "Dom Ratão, coitado, era tão bom, eu sabia que ele gostava de mim, aconteceu, coitado!, de ir provar um torresmo e cair no caldeirão, podia ter pedido, a gente fazia um pratinho para ele, não quis me desgostar, coitado! tão delicado" – teve um chilique e foi um alvoroço monstro em casa de dona Baratinha, tão bonitinha.
Pois dom Ratão tinha morrido no caldeirão de feijão cozido, por causa de um pedaço apetitoso de toicinho.
Dona Baratinha pôs o luto, trancou todas as portas, e chorou tanto que lavou a casa com lágrimas. A cozinheira de dona Baratinha pegou o pote e foi buscar água no rio. Encheu a vasilha, mas em vez de ir para casa, começou a se lastimar:
- Como é triste esta vida. Dom Ratão morreu. Dona Baratinha, tão bonitinha, está de luto. E eu, por isso, quebro o pote.
Pam!
Bateu o pote numa pedra e foi-se embora.
O rio ouviu tudo aquilo, encolheu-se e resolveu:
- Eu também seco.
Os bois vieram à tarde, nem sombra viram de água.
- Que é isso, rio? Que aconteceu?- Dom Ratão morreu, cozido na panela de feijão com toicinho. Dona Baratinha pôs luto, a cozinheira quebrou o pote, e eu também sequei.
- Que horror!
Os dois abanaram a cabeçorra, melancólicos e declararam:
- Então nós derrubamos os chifres.
Foram pastar.
O campo, quando viu os bois mochos, muito sem graça, pastando, se espantou:
- Que foi isso? Que fizeram vocês dos chifres?
- Você então não soube da grande desgraça?
- Não.
- Pois dom Ratão morreu cozido, dona Baratinha pôs luto, a cozinheira quebrou o pote, o rio secou e nós derrubamos os chifres.
- Que tristeza! Eu também vou secar.
De verdinho que estava, o campo ficou todo amarelado.
Bem no meio dele estava um laranjeira e quando ela viu aquilo perguntou:
- Que é isso, campo? O que lhe deu? Está se sentindo mal?
- Não, dona Laranjeira. Eu estava muito bem até. Amarelei foi de desgosto. Não vê que dom Ratão morreu cozido na panela de feijão com toicinho, dona Baratinha pôs luto, a cozinheira quebrou o pote, o rio secou, os bois derrubaram os chifres e eu também sequei?
A laranjeira derramou uma lágrima e disse:
- Então, eu derrubo as folhas.
Choveram folhas no chão.
Os passarinhos que moravam nela, quando voltaram do trabalho à tarde, encontraram os ninhos expostos ao vento, ao sol e à chuva, na árvore nua.
- Que foi isso, dona Árvore, o que aconteceu que esta pensão está sem telhado?
- Vocês que andam voando por aí não souberam da desgraça?
- Não, senhora.
- Pois dom Ratão morreu, dona Baratinha pôs luto, a cozinheira quebrou o pote, o rio secou, os boi derrubaram os chifres, amarelou o campo e eu também derrubei as folhas.
Os passarinhos choraram, choraram.
- Que tristeza! Pois, de dó, nós também derrubaremos as penas.
E lá se foram eles, peladinhos, tremendo de frio, pelo campo, e andando em vez de voar, pois não tinham penas nem as asas.
O céu espiou aquele disparate, lá de cima, e estranhou:
- Ave Maria! Que mundo louco! O que será que deu naqueles passarinhos que perderam até a roupa?
Os passarinhos contaram:- O senhor não sabe da grande desgraça?
- Não sei.
- Dom Ratão morreu cozido, dona Baratinha pôs luto, a cozinheira quebrou o pote, o rio secou, os bois derrubaram os chifres, o campo amarelou, a laranjeira ficou sem folhas, nós também nos depenamos.
- Que calamidade!
O céu se franziu numa carranca medonha. Começou a trovejar e a ventar. E depois urrou, com um vozeirão arrepiante:
- Pois então eu também vou despencar daqui de cima.
E desabou em cima da terra, no meio da tempestade mais horrorosa que já houve.

E foi assim que o mundo, certa vez, se acabou, só porque dom Ratão, que ia se casar com dona Baratinha, tão bonitinha, morreu cozido no feijão.

(GUIMARÃES, Ruth. Lendas e fábulas do Brasil)

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Pseudo-mini-férias para eu e o Cello.

Dei cano em todas as coisas que tinha que fazer hoje: aula teórica, faculdade, aula de filosofia e de desenho - nada tão preocupante assim.
Pelo menos consegui estudar o que tinha planejado, fazer uns gracejos e ainda ver uma amiga minha que anda contando uma lendária história sobre "voltar para o Rio" - é, o de Janeiro, mesmo.

Mas não adianta. O acontecimento do dia se precipitou para um pouco mais cedo.
Não - o onibus não quebrou outra vez (hoje não teve onibus algum), mas sim uma bela de uma bronca que ganhei desta minha amiga.

Esta bronca, nada mais do que bem-vinda é um dos assuntos suficientes para eu calar a boca e concordar com tudo de errado que eu ando fazendo nesses tempos.
Eu ando cansada, físicamente e também emocionalmente. Eu tenho uma grande mania de atropelar acontecimentos e deixar para sofrer mais tarde, quando as coisas estiverem mais "calmas" ou algo do tipo. O que acontece com isso é que difícilmente você se recupera de determinadas situações, ou, se não der chance não se recupera.
Eu sei que o que tudo isso resultou foi uma tremenda angústia e uma cabeça extremamente longe, daquelas de ter que repetir exercícios dos quais você poderia tocar só de lembrar umas 5/6 vezes.
O pior de tudo é que eu não sei nem para quem pedir desculpas. É impressionante a minha falta de fé nessas coisas, nessas situações - principalmente.
Antigamente eu fugia, de tudo. Acho que agora melhorei um pouco nessa parte do "tudo", mas continuo fugindo e encontrando todos os caminhos possíveis para tentar escapar e me culpar por tudo depois.
Eu estou quase vivendo uma experiência de quase-morte por continuar alimentando esse tipo de situação na minha vida (sim, eu fui ameaçada)

Nem "achar" algo eu estou achando mais.

Cabeça cansada e instinto de gato arisco dá nisso.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Bem cansada. Mas existem coisas que nós não podemos deixar em branco:

- O mal jeito no meu 4º dedo, digamos assim, não me rendeu felicidades hoje, MAS, por outro lado soube que existe gente que não sabe piscar rápido e que "quase-em-breve-estarei-tocando-em-campinas-que-divertido";
- Ter ganhado um presente lindo, repentinamente, assim, esperando o onibus - de alguém querido, este presente do qual vai virar uma bela figura na minha parede direita;
- Voltar de onibus, torta, cansada, mas animada;
- Comer maçã (isso ajuda a alma, incrível, maçã faz pensar...)
- Escutar pela segunda vez a Beatriz contando a história dos Santistas que se ajoelharam em frente à catedral de Notre Dame, lá no "França", na década de 50.
- Entre relatos de ponto de onibus, de intervalos de ensaio, voltas para casa depois da faculdade, conversas por telefone, conversas escritas, eu só sei responder que: "não sei bem direito até onde eu fui, só posso afirmar que em todo momento foi sincero" - Isso realmente vale para muita coisa, aqui, do presente - incluindo o meu companheirinho.
"Lá vai ela e seu companheirinho..."

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Terrorismo Psicológico:

- Isa, nós vamos morrer, sabia?
- Mentira.
- É sério. Sabia que tem um asteróide que vai cair na Terra e matar todo mundo em 2019?
- Pára, Drieli, você tá mentindo... Vou falar para a Mãe.
- É sério, Isa, óh, vou te mostrar...
(GOOGLE)
- Ah... Eu não quero morrer...
- Droga, ele foi parar na lista de menores riscos da NASA. Isa, ninguém vai morrer mais. Saco. Hmm... Vou apavorar a mãe.


Agora, eis a questão: qual seria a primeira coisa que "você" - no caso, eu - faria quando descobrisse a data da sua morte (e que ela se aproxima) ?

?

han, han?

[No próximo capítulo de "Neura eterna de uma mente sem noção..."]

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Contraste Harmonia

Instabilidade Equilíbrio
Assimetria Simetria
Irregularidade Regularidade
Complexidade Simplicidade
Fragmentação Unidade
Profusão Economia
Exagero Minimização
Espontaneidade Previsibilidade
Atividade Estase
Ousadia Sutileza
Ênfase Neutralidade
Transparência Opacidade
Variação Estabilidade
Distorção Exatidão
Profundidade Planura
Justaposição Singularidade
Acaso Seqüencialidade
Agudeza Difusão
Episodicidade Repetição

Bergson define a arte como "visão direta da realidade".

Dondis - Sintaxe da Linguagem Visual.

Coisas das quais eu preciso fazer:

- Escalas;
- BiProfenid 150mg - para não andar que nem pato eternamente;
- Energia;
- Aprender a abduzir pessoas;
- Parar de abraçar travesseiros, também;
- Tempo;
- Praia, sorvetes e conversas de Domingo.
- Desenhos - uns 6, e apontá-los devidamente, por favor.

Medos atuais:
- Andar que nem pato;
- E... ah... (hehehe)

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Somente pequenas perguntas...



A merda toda é que o mundo é individualista? Correto.

A merda toda é porque todo mundo é egoísta e só sabe falar dos próprios problemas, enquanto isso você sabe que na esquina da tua casa vai ter uma criança deitada num papelão durante o seu pensamento pessimista debaixo de várias cobertas quentes? Correto.

É mais fácil e cômodo reclamar do que ir fazer alguma coisa, é bonito reclamar sobre o aquecimento global, mas eu não vejo pessoas por aqui fazendo trabalho de conscientização, também vejo raramente alguém inventar qualquer coisa que seja para alimentar quem necessita e vestir quem passa frio. Engraçado que isso só acontece em determinadas épocas.

Então quer dizer que essas pessoas, essas pessoas necessitadas de uma roupa e de um alimento só comem em Dezembro ou em Julho? Ainda sem resposta.

Alguém pára a porra do tempo em que fica pensando nas suas merdinhas egoístas do tipo "o que vou fazer para comprar aquela calça ou 'fulano não gosta de mim, e agora?' " para ir doar sangue, ou visitar algum abrigo para crianças ou idosos, ou até mesmo tentar participar de algum voluntariado e acrescentar na vida de alguém? Não vi até hoje.

O que é o seu cansaço, comparado ao cansaço de um senhor que tem que carregar uma carroça imensa cheia de papelões para vender e tentar um troco para o pão, enquanto você chega em casa e tem comida saíndo para fora do armário?

Aonde é que mora o amor pelos "bichinhos", pelos animais, que se hoje em dia o que nós mais vemos por aí é cachorro de rua maltratado (não esquecendo dos gatos) e passamos sem nem fixar o olhar, como se aquilo fosse normal? Não sei aonde mora a normalidade, ainda estou procurando.

E o que dizer à respeito dos índios, que estão perdendo a sua cultura, sendo obrigados a sair da sua aldeia para viver num sistema capitalista onde visívelmente ninguém sem dinheiro tem vez, e nem ao menos são incentivados à um grau de alfabetização e estão por aí caindo de tanto beber, alguém nota isso quando diz que o país é ruim? Também não sei responder essa.

Reclamam da saúde, da educação, da segurança, mas alguém hoje em dia respeita esses profissionais? Alguém remunera adequadamente um policial que sobe o morro propenso a tomar um tiro na testa? Alguém remunera adequadamente um professor que dedica a vida para tentar formar uma sociedade melhor? Alguém remunera aquele profissional da saúde, que lida com a vida e a morte todos os dias? . . .


Enquanto isso a gente senta, escuta uma musiquinha, bebe uma cerveja, reclama da vida boa que a gente tem e fala que quer fazer a diferença.

domingo, 3 de agosto de 2008

O gosto do café está bem melhor hoje. Porque será? Não tem nada de diferente...
Talvez seja eu.

Depois do episódio de ontem "Fazendo da Jaca a minha Pantufa - Episódio III - Patinando no vinho", eu acordei com a sensação de "anh?" e tive que ser convidada à ter um despertar mental pela Queridíssima.

Ganhei um brinquedo da Mansão Foster, quero um amigo imaginário - aliás, acho que já encontrei um (mas o Augusto é o autêntico, sempre), consegui apanhar de uma torta de maçã.

Noite passada tive um sonho com vááários vestidos. Esquisito.
Descobri por aí que sonhar com vestidos significa felicidade próxima... essas coisas bacanas que eles falam por aí. Eu achei interessante - e só.
Ok. Um momento feliz que se aproxima, pode até ser... Mas felicidade não, definitivamente não acredito.
Primeiro - não existe felicidade, digo, o ESTADO felicidade. Não existem pessoas integralmente felizes por aí, se alguém chegar para você e dizer "eu sou feliz" não acredite.
Segundo - O que poderia ser possível é o MOMENTO feliz, aliás, ele é completamente possível. Têm pessoas que ficam felizes com coisas idiotas : sessão de plásticos coloridos, crianças, músicas, cama com lençol verde, pensar nas inúmeras coisas legais que você gostaria de fazer por aí, pensar em pessoas que te fazem bem, lembrar da Vó, brincar com o cachorro, desejar um gato, esperar por um pato e se apaixonar por um jabuti - claro, e a ambição maior - comprar um piano e dançar tango (e que da próxima vez não seja com o cachorro)

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Frases de hoje

Minha mãe usa - "O Rock 'n' Roll retarda o envelhecimento!" (Bruce Springsteen)
Eu uso - "Eu e o Mick somos apenas bons amigos" (David Bowie)

Depois de atitudes DIGNAS, Modposas, Picles de Bonsai, Máááá-ááááááá-ááááááááááá-ááááááááá-áááá-áááááááá-cacadas dos GnR e cachorro com cabeça torta, nós deitamos e dormimos.

"Um limão e meio milhão".

terça-feira, 29 de julho de 2008

"As pessoas hoje em dia não sabem se relacionar, acho que nunca souberam e eu sou uma delas. Hoje em dia todo mundo pensa muito em si, tomando o exemplo de que ele queria ir para X e quando eu voltei e disse para ele que iria terminar a B por aqui e tentar Y outra vez, ele praticamente me deixou falando sozinha soltando um "então a gente não vai ficar junto mesmo!". As pessoas não querem ceder, não querem fazer sacrifício nenhum em pról de uma relação, não existe nada JUNTO e sim INDIVIDUAL. UMA pessoa faz alguma coisa para que dê certo, UMA pessoa tenta fazer as coisas ficarem melhores e a outra sempre espera.Eu nunca liguei para essas coisas de formalidade. Aliança, definição de relação "ah, estamos namorando, estamos noivando, blá blá blá". Se tudo estivesse bem, já era o suficiente. Mas a única coisa que eu acreditei esse tempo todo foi compromisso. Compromisso não com uma situação, e sim com a pessoa. Questão de respeito, de sinceridade e não de ficar esperando que a pessoa te proporcione bem-estar sempre, que é o que todos esperam hoje em dia, esse amor completamente individualista."

É, eu tava revoltadinha fazia um tempo já.
Tsc. Tome tento.

sábado, 26 de julho de 2008

Só para aproveitar a ocasião:

Um quark é menor que um próton, que é menor que um átomo que eles pensavam ser a menor parte do corpo da matéria.

- e como um lépton é menor que um quark se você não sabe a medida exata deles...?

- e quanto à fissão nuclear que virou "fissura nuclear"?

- e quanto ao morcego no vidro de maionese com água dentro?

- e quanto a medir 1,57 0's infinitos?

- e quanto essa dor nas costas que não passa?

- e quanto a realidade ser extremamente utópica, afinal de contas não existem certezas e só inúmeras suposições?

Alguém consegue responder alguma dessas perguntas do jeito que eu quero saber...? Hmmm?

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Tá bom

Só para relembrar os velhos tempos de calçada/quarto/cama/M & M's comidos na mão e violão:

Senta aqui que hoje eu quero te falar
Não tem mistério, não
É só teu coração
Que não te deixa amar
Você precisa reagir
Não se entregar assim
Como quem nada quer
Não há mulher, irmão, que goste desta vida
Ela não quer viver as coisas por você
Me diz, cadê você ai?
E ai, não há sequer um par pra dividir

Senta aqui, espera que eu não terminei
Pra onde é que você foi
Que eu não te vejo mais?
Não há ninguém capaz
De ser isso que você quer
Vencer a luta vã
E ser o campeão
Pois se é no "não" que se descobre de verdade
O que te sobra além das coisas casuais
Me diz se assim está em paz?
Achando que sofrer é amar demais

Me diz, está em paz?

...

Dores atuais: ombro esquerdo, coluna, cabeça, calos sem uso e fome.
Vontades atuais: uma xícara de café, um cobertor, que a Lucy falasse, o vestido azul que planejo costurar há séculos, sorvete de creme com direito a passeio na praia e conversas sobre viagens futuras à Buenos Aires. A música do Etevaldo do Castelo Rá-tim-bum.
[E tentar encontrar a afinação correta para aquele D pentelho, arco constante, Drieli! Constante...]
Frustrações atuais: 10 anos passam muito rápido.
Medos atuais: Gente loira.

Fiquei colorida hoje. Que doce.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Ainda dá tontura?

Se der é porque ainda serve.

Estava esperando a foto do Bruno (vulgo cachorrinha da Marmella)

Em alguns momentos você encontra cachorros com caras de pessoas conhecidas.
Esse cãozinho é a cara do "Bruno da 4ª série".

Mas sem relatos dele, por enquanto. Vamos aguardar...

"Alô, Iron?! Escuta essa..."

domingo, 20 de julho de 2008

A Cura

"Yesterday I got so old
I felt like I could die

Yesterday I got so old
It made me want to cry - go on, go on
Just walk away - go on, go on
Your choice is made - go on, go on
And disappear
Go on, go on - away from here

[And I know I was wrong
when I said it was true
that it couldn't be me and be her
Inbetween without you
without you]

Yesterday I got so scared
I shivered like a child
Yesterday away from you
It froze me deep inside
Come back come back, don't walk away
Come back come back, come back today
Come back come back, why can't you see?
Come back come back, come back to me.

[And I know I was wrong
when I said it was true
that it couldn't be me and be her
inbetween without you
without you]"

The Cure.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

O dia mais feliz de todos os tempos.

Passei sozinha. Passeio. Músicas e uma longa caminhada.

Andei pensando seriamente sobre fazer/não fazer determinadas coisas.
As pessoas são extremamente orgulhosas. Demonstrar sentimentos significa se tornar vulnerável de alguma forma - ou até possívelmente um M.A.F. (motivo de ataque futuro) que praticamente toda a população mundial e EXTRA mundial conhece.

Mas sinceramente, eu prefiro deixar um pouco o orgulho de lado e ser sincera. Se a sinceridade vai fazer bem ou mal, ninguém sabe. Mas deitar tranqüila na cama é quase uma certeza.

Tem também aqueles momentos em que você pensa muito emocinalmente nas coisas. Perde o fio da razão, começa a bater o pé no chão, faz cara feia e quer planejar um extermínio em massa.
Alguns dias depois, isso passa...
O mais engraçado é que por dentro, é travada uma batalha cruel entre os sentimentos e a realidade.
Você sente muito determinada coisa. Mas você não tem direito algum de demonstrar qualquer coisa que seja a respeito.

Pequenos bloqueios.
Que bonito.

Eu realmente tenho vontade de perguntar para determinadas pessoas do que elas têm medo.
Eu gostaria de descobrir do que eu realmente tenho medo.

Apesar do balde extra de pessimismo num dia relativamente alegre e gostoso, ainda é muito bom pensar em coisas que te deixam com sorrisos no rosto por pelo menos 3 minutos seguidos.

É o que sobrou.
O que sobrou de bom.

[eu acho que tenho problemas com palavras que terminam em "mente"]

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Fui salva por "Un Peso".
Mandei um email que não tenho certeza se deveria ter mandado.
Falei, fiz e pensei coisas que não deveria ter pensado/feito.

Fui até o cemitério e não era meia-noite.
Vi milhares de pessoas conhecidas no escuro. Vi um sapo e uma pessoa correndo.

Pensei em milhares de pessoas também e cheguei a conclusão de que não fui procurar nenhuma delas.

Mas, tudo bem. Eu encontrei um "peso" no chão e acho que o ladrão foi pego.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Ana Cristina, eu não gosto de você. Tô amando loucamente - a tua mãe.

Vou me casar com José Augusto. Marcelo, eu não te amo mais.

Um mês sem Curitiba.

Me deu uma vontade danada de ir para Nova York, agora. Já vou, já já.

De resto eu volto loira, rosa e com uma camisetinha do "I (coração vermelho) New York".

E sabe o que eu faço enquanto isso? Vou para Paris.

(acabei de descobrir que eu tenho várias teorias sobre o mundo contemporâneo e de como as pessoas estão agindo, mas isso é papo para outra hora. primeiro vou falar de amor.)

terça-feira, 13 de maio de 2008

R-enato

Mãos, dedos, coxas, cabelos, olhos, dentes, lábios, sorrisos [ausência de luz]
a luz mora nas coxas brancas - ainda sim, existe a [ausência de luz]
Lágrimas, saliva, braços e abraços - e a [ausência de luz]
Nessa [ausência de luz] moram sonhos, desejos e medos que somem quando a luz aparece.

E quando a luz aparece, eu desejo ser somente coxas, quadris, seios e sorrisos... nada mais.


Preciso parar de ler Nelson.
Só os loucos amam - e eu quero ir para Paris.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Vendo calcinhas e não tenho o ensino fundamental completo

Só para relembrar os velhos-atuais tempos.

domingo, 11 de maio de 2008

Escute a voz que vem do coração - eu só escuto "tum, tum, tum, tum" - não dá pra fazer muita coisa com isso.


Cretinagens, cretiganes.


Dia das mães - feliz dias pra elas.

sábado, 10 de maio de 2008

O casamento

Nada mais justo do que ter conseguido um livro do Nelson Rodrigues depois de muito vasculhar a biblioteca - O casamento já foi consumado 40 páginas desde seu início.
Meu violoncelo mais uma vez me fez feliz. Infelizmente a bolha no dedo da mão direita não anda muito contente com o arco em atrito, mas...
Parei um pouco, algumas dores, falta de costume, nada de anormal. Preciso parar de besteira e ir procurar algumas pessoas.


É só isso: nada de útil, dor de garganta e fome.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

A VACA REBECA

Texto de Regina Siguemoto e Martinez

Rebeca sapeca ganhou na loteca
uma linda cueca.
- O que vou fazer com esta cueca?
- Gostaria mesmo de uma boneca soneca!
Zeca careca viu a cueca e gritou:
- Rebeca!
Quer trocar sua cueca...
pela minha boneca soneca?!?

FIM

- "A VACA REBECA" foi o primeiro livro que lí, quando estava no pré. E foi o primeiro livro que peguei emprestado e nunca devolvi - hahaha.
As bibliotecas das escolas sempre tiveram muito prejuízo comigo. Sempre. haha

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Eu quero ver Nosferatu.


Cadê o meu, cadê?


Sem mais, o dia tá um porre.


Frio, sem café e com estudo chato do Grant.

domingo, 4 de maio de 2008

Concerto de Rua e Stones - Santos.


Eu sou definitivamente uma cellista frustrada - eu já admitia isso com 17 anos e continuo admitindo com 21 [ou quase 21.]
Afinal de contas, o que adianta uma cellista sem professor trancada num quarto vermelho todos os dias perdendo as digitais enquanto não pode fazer a exposição do som do seu amorzinho?
Aí, neste sábado passado e bagunçado que foi acho que o que o salvou no final das contas foi ver quatro mocinhos na rua lá em Santos tocando - um quarteto de cordas, na verdade. Uma graça. Adorei. Muito divertido - tanto que, quando começou o Concerto em Sol do Vivaaaardi eu me matei de rir! E no final das contas eu ficava que nem torcedor em final de jogo de futebol para que as notas saíssem afinadas e que os onibus e o vento não atrapalhasse a música.

De qualquer maneira a volta não foi nada divertida - se eu tivesse ficado teria sido no mínimo mais interessante.
A única coisa boa de tudo isso foi ver algumas pessoas. Isso sim foi bom. Só não foi melhor porque eu não estava lá aquela pessoa receptiva para boas coisas - culpa minha, provável - ninguém mandou ser trouxa. MAS convenhamos, conversas são úteis e franquezas também. Ontem admiti uma coisa pela primeira vez e pela última.

E eu ainda continuo frustrada. Quero tocar com gente. Quanto mais gente, melhor, claro.
Aí nesse caso sorrisos sobram, certamente.
[Foto do dia 27/04 em São Paulo com Jorge Ben e Meninas-queridas atrás - d'eu]

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Av. de Mayo.

Cansei de escutar músicas - [ últimamente tenho escutado muito tango, isso é um perigo]
Tô aqui matando o tempo e morrendo de sono.


O que está feito, está feito.

Vou escutar The Cure e pensar que amanhã eu posso encontrar alguém que venda algodão-doce e que não me questione sobre eu querer criar um porco ou um pato - e ainda por cima sugerir um ganso - eles protegem mais - é o que dizem. Afinal de contas, quem iria se meter a besta com alguém que tem um ganso?

Eu não gostaria de experimentar.

Hoje foram dois emails e uma ligação na hora da abóbora - então, deixa para lá.
Pelo menos AQUI tá tudo parcialmente resolvido.

Um beijo para mim. Graça. Docinho da vida.

Re-começo sem pensamento.

Você fica de saco cheio, liga para alguém.
Diz que a conversa ficou um saco e começa assim aquela briga de sempre.

Para todos os defeitos, brigas são boas para dizer aquelas verdades ou inverdades que você gostaria de dizer, mas não sabe como.

Se no final delas ainda existe esperança de um re-começo, vale a pena.


Vale a pena? Veremos.
...Espera...

E de qualquer forma nesses momentos em que pessoa se 'encontra perdida por aí', o melhor é se achar e não ficar perambulando ou esperando alguém chegar, alguém que pode até prometer chegar, mas no final das contas não dá as caras.

É bem melhor assim. Não há o que se esperar do que não sabe o que se quer, exatamente.
Acho que eu poderia ficar horas e horas escrevendo sobre isso e mesmo assim ainda não entender exatamente o que aconteceu/acontece nessa situação.
Só dá pra resumir que é uma maluquice. E das boas. E das grandes.

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Amanhã tem show da Fernanda Takai e eu não tenho ninguém novo para convidar.
Aqueles que iriam, não vão mais.
Só restou eu.

Vou me convidar para ir.

[pessoas novas fazem diferença no começo]

terça-feira, 29 de abril de 2008

A desconexão do ser - acompanhada de um chá qualquer

[O chá não existe mais, agora é só mero título]

O que eu ganhei ontem foi uma comparação muito agradável: eu consigo ser tão dramática quanto Nelson Rodrigues - NATURALMENTE! E além disso, eu consigo ser normal, tão normal que chega até a ser estranho, mas aí alguma coisa acontece... E sabe o que é? É, eu também não, desliguei a conversa e fui dormir.
"O melhor do jogo é antes do jogo"
Ainda deu para assistir Corra, Lola, corra. Sonhar com coisas absurdas [como sempre] com tintas no sonho, casa velha, uma velha, propriamente. Eu lembro que no sonho eu tinha que cuidar de um senhor e que a casa dele era cheia de coisas antigas e perigosas (o cara era um antigo exorcista) por isso na casa dele aconteciam diversas coisas estranhas. Claro, sonhos Drielísticos. Quem mais sonha essas coisas?
Ah, eu sonhei que tava num supermercado também, na sessão de plásticos coloridos - eu já disse que adoro plásticos coloridos? Então. Essa foi a parte agradável do sonho. O resto foi muito desgastante.
Agora preciso ir. Terminar o relato de um dia repleto de coisas feitas e terminar um Dotzauer a me esperar.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Diz que fui por aí...

Vejamos.
Resumo: 3 semanas - Curitiba. Margarida morta. Ausência das minhas cordas novas. Ausência de outros sentimentos humanos. Refrigerante de Gengibre. Vontade de ir mais para baixo. Acabei voltando para cima, novamente. Sentimento de cachorro que come resto do restaurante.
Volto. Volto outra vez. Agora com coisas diferentes esperando. Coisas diferentes, comportamentos diferentes. Saudades imensas de coisas que você esquece dois minutos depois e não faz tanta questão. Um mar de probabilidades e nem uma onda de acontecimentos. Alguns abraços amigos merecidos. Muitas tintas pelo corpo - nariz, bochecha, boca, mão, coxas. Ausência de leitura. Re-começo dos estudos musicais - óh, finalmente. Aniversário de criança. Primeiro-primeiro-pedaço-de-bolo. Virada cultural e de festa. Sono do show do Lobão. Beijo do palhaço. Telefone na cara sem querer. Saco cheio e vontade de mudar outra vez.
Devo ter sangue cigano. Ou simples saco cheio das coisas mesmo. Sempre é assim. Eu sempre me livro das coisas que não me fazem mais feliz.

Outra constatação importante: De agora em diante não quero/preciso/necessito de relacionamentos amorosos. Culpa dos outros? Não. Minha máxima culpa mesmo. Dei um tempo.

Diz que fui por aí.

quarta-feira, 19 de março de 2008

Sonnet - The Verve [às 03:07 - sem direitos autorais]

Eduarda diz:
que música de bailinho.
Eduarda diz:
legal.
Eduarda diz:
tipo daquelas cenas...
Eduarda diz:
err... quer dançar?
Eduarda diz:
aí eles saem pra pista e vão dançar desajeitados.
Eduarda diz:
hahahaha
Eduarda diz:
ah, que legal.
Eduarda diz:
eu gostei.
Eduarda diz:
tá vendo.
Eduarda diz:
eu tô melosa.
Eduarda diz:
que merda.
Eduarda diz:
eu deveria achar horrível e ir escutar misfits.
Eduarda diz:
então vou dar um final drielístico para essa história do bailinho:
Eduarda diz:
eles dançam, o cara escorrega
Eduarda diz:
cai de qualquer jeito
Eduarda diz:
fratura a perna
Eduarda diz:
dá fratura exposta
Eduarda diz:
a menina fica chocada
Eduarda diz:
porque espirra sangue no vestido cor-de-rosa dela.
Eduarda diz:
e ela sai correndo pelo salão
Eduarda diz:
chega na rua e é atropelada.
Eduarda diz:
os dois ficam no mesmo hospital, mas resolvem não se falar nunca mais por achar que dão azar um pro outro.
Eduarda diz:
fim.
Eduarda diz:
eis o clipe da música.

terça-feira, 18 de março de 2008

O chá do "não-vou-amar-de-manhã"

Funciona da seguinte maneira:

Você pensa em todas as decepções amorosas que teve desde criança, todas cronometricamente lembradas.

Vejamos.

Quando eu estava no pré tinha um garoto que gostava de mim. Nós tomamos inalação juntos, mas não passou disso e algumas brincadeiras com os carrinhos dele.
Primeira série - Tinha um garoto no colégio chamado João. Ele era mais velho, estava na quarta série. Lindinho. Filho de uma professora. Claro, como sempre eu nunca falei com o menino.
[bloqueio das séries seguintes]
Quinta série - Fiquei apaixonada por um cara esquisito de cabelo comprido e pentelho. Claro, não falava com ele. Segue-se o fato por... 5 anos.
Sexta série - Nas brincadeiras da rua eu conheci um garoto que brincava de esconde-esconde com a gente. Ele tinha um apelido bizarro na escola. Foi o primeiro beijo que eu dei, brincando de esconde-esconde e claro, uma super-mega-ultra decepção depois.
Sétima série - Não lembro de nada marcante nessa época.
Oitava série - Ah, segue ainda o fato da quinta série.

Primeiro colegial - Aí tem diferença. O fato da quinta série vira quase que um constante problema, afinal eu não era nada comunicativa nessa questão. Eis que, bela tarde eu conheci um cara que tocava guitarra. E ele era legal. Ainda é.
Segundo colegial - É, chegando na metade do ensino médio eu devo confessar que houveram algumas zicas amorosas. O cara da guitarra ainda era legal, mas não fazia mais tanta diferença. Aí apareceu o cara do Baixo. E ainda tem a segunda parte do cara do Baixo. Aguarde.
Terceiro colegial - É quase um retorno do Jason. Quando você pensa que as pessoas morreram ou algo do tipo... Elas voltam. E voltou. O cara da guitarra voltou e o cara da quinta série também.
O cara da guitarra me causou muitos problemas, mas também me causou várias felicidades.
O cara da quinta série, finalmente, conseguimos conversar, ou quase isso.

Depois disso, apareceram algumas pessoas estranhas por aí, um cara da língua presa e dos olhos mais bonitos que eu já vi.
O cara mais doce e inocente que eu conheci no colégio que roubava flores pra me fazer feliz de madrugada.
Um outro por aí que tinha cara de mal, mas tentava agradar de alguma forma.
O baixista que não é mais baixista, que roubava meu violoncelo, ficava bravo comigo, que olhava pra mim do jeito mais especial possível e que tinha o ombro perfeito para se deitar e dormir.
O cara complexo das duas visitas, da história, da tatuagem, do violoncelo.

[depois de todo esse relato, você pára, pensa, e vê que tudo isso não faz mais sentido, que mais nada disso existe, toma um chá e finge que não existe amor]

Faça isso todos os dias. Sem intervalos. Durante meses.

Funciona.

Eu tento.

segunda-feira, 17 de março de 2008

[o que significa sonhar com travesti?]

O telefone toca e... Não, não é pra mim. Novidade.
Era de algum lugar procurando alguém. E eu sempre digo "moça, eu sou empregada aqui".
Eles desligam quase que imediatamente. Que horror.

Eu sonhei com um travesti hoje. Um travesti que se montava para trabalhar na lanchonete.
E se vestia como homem para ir ao supermercado.
[existiam coisas mais bizarras nesse meu sonho, mas eu não me lembro agora]

O que teremos de especial na vida hoje?
- Pegar o prelúdio e estudar em notas ligadas de 4 e de 8.


Minha mãe quer ser uma grande filha da puta. [mas depende muito da situação, claro]

E eu quero ser.

"Alô, Dona Maria?"

domingo, 16 de março de 2008

Final de semana de refém.
Em um cativeiro mais que agradável. Engraçado. Já dá pra sentir saudades.
Saudades de tudo, exatamente tudo, menos das faltas de roupa e das coisas que me faziam parar de pensar por minutos.

Quando a gente volta e vê que está tudo do mesmo jeito, toma aquele susto:

Ir para o Inferno, para o Cinza ou para o Norte?

É impossível dizer que nada assusta. São nomes, são idéias. Mas são coisas imensas. Que mudam o curso de uma vida inteira. E nada de exageros. Exageros são passionais. E neste caso a passionalidade chega em último lugar.

Depois de um tempo andando pelos canais, tentando explicar o inexplicável e vendo o quanto as pessoas se sentem bem em estarem apaixonadas e principalmente na expectativa de que algo aconteça no cinema, tudo começa a fazer um outro sentido: Eu não me apaixono mais.

Estranho. Curioso e algumas outras coisas.

Lendo umas cartas minhas que pareciam um roteiro de filme com direito a extras, eu vi que havia alguém completamente apaixonada antigamente. Terceiro ano. 2005. Tanta coisa acontecendo e tantas pessoas fazendo diferença.

Hoje o que resta é a conversa até o dia clarear. Mas acho que é uma das únicas coisas que ainda valem a pena.

Valendo pelo frio na barriga pela espera em vão e pela confirmação de que certas conversas não fazem mais sentido nenhum.

É.

quinta-feira, 13 de março de 2008

[sono, cansada e com sono, outra vez]

Antiga noite de ontem - Meu sono e minha noite estranha e má (má noite para cama e almofadas)

[O dia passado de hoje]

Tomei uma bela chuva no pé. Quase perdi os sapatos vermelhos.
Ganhei uma tarde cinza, uma situação cinza.
Sentar e desenhar: é o melhor que pode ser feito nesse tipo de situação chuvosa e decepcionante.

Pois eis que desenhei uma pseudo-família de Ets. Sem coloração. [ainda]

[eu quero fazer tudo beeeeeeeeem verde, bastante verde, extremamente verde. tá, pronto, chega de verde]

E no final de tudo isso volta-se para a senhora-vida-cor-de-rosa?

[Não. Compra-se um guarda-chuva amarelo.]
Eu preciso aprender a jogar paciência.


TV - às 10:00hs da manhã:

"Eu perdi a garota, perdi a aposta, perdi tudo e agora? O que tem mais para perder?"

Bela estimativa para a criança. Eu lembro que uma época atrás, quando eu lidava com gente pequena,(aquelas que não são anões) certo dia me perguntaram se "duengues" e "gnomidus" existiam.
Eu disse que se eles quisessem que existisse, existiriam. [o assassinato da gramática]
As meninas acreditaram. Os meninos, não, claro.

Se os meninos são mais racionais (MC's - cretinagem, sempre) e as meninas não, porque então elas amadurecem mais cedo que eles? ( ... )

Complexo.

Algumas coisas complexas são simples demais, no final das contas. Outras continuam eternamente complexas e eu não me importo.
Na verdade o melhor a se fazer nestes E neste caso é fazer como todo o resto: deixar.

[não quero mais esse barulho na minha janela, porra]
[agradecimento aleatório para o cara do Barco Voador, pelo balde extra de realidade, que no final das contas faz bem]
[eu quero ver Sonata de Outono e não poooooooooooooooosso]

terça-feira, 11 de março de 2008

As 12:00 das 6:00.

Se o mal todo fosse não escutar música alguma. Hmm.
Ontem a noite eu li um atestado de "Ida" e arrumei as fotos 3x4 que eu tinha na minha carteira.
São 4 fotos ao total, excluíndo as minhas, claro. Fiquei olhando para elas e dei risada por alguns minutos. Me provocaram saudades. Uma em especial me provocou uma sensação de saudade e de perplexidade. Eu tinha esquecido do rosto dela.
Eu geralmente esqueço dos rostos das pessoas depois de algum tempo que eu fico sem vê-las. Eu lembro de tudo, da físionomia, da voz, menos do rosto.
Será que daqui a algum tempo eu vou ter lembranças de pessoas sem rosto nas minhas memórias?
Só vozes, cheiros e abraços. Nada mais.

A primeira suíte tá quase pronta. Quem se importa? Talvez eu grave depois e escute antes de dormir.

Quando eu era pequenininha eu pedia para a Vó contar histórias antes de dormir. Pobre.
" - Era uma vez a Branca de Neve. A Branca de Neve era uma moça muito bonita que vivia com a rainha no castelo limpando e... fazendo pudim amanhã..."
"- Vó! A história não é assim! Começa denovo!"

Eu trocaria qualquer coisa que eu tenho hoje pra viver isso de novo. Trocaria.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Um ponto - .

Um ponto - .


Eu revirei seriamente as gavetas por aqui, mas o que eu queria ter encontrado já devolvi - E agora?

- Já xinguei, também. Mas ninguém se atreveu a devolver. Era tão importante que tinha até moldura própria. Quantas coisas eu fiz que ganharam molduras? - Certo. Essa dá pra pular.

- Agora só resta escutar a mesma música o dia inteiro, correr pela casa atrás do monstrinho querido e esperar até que a moldura volte ou que eu encontre o verso perdido na gaveta.